Professora é demitida após agredir aluno de três anos em creche no litoral de SP
04/06/2025
(Foto: Reprodução) Agressão causou uma luxação na mão esquerda do menino. Caso aconteceu em uma unidade de ensino de Guarujá (SP). Menino de três anos ficou ferido após ter a mão puxada pela professora da creche, em Guarujá (SP)
Arquivo pessoal
Um menino, de três anos, teve uma luxação [deslocamento do osso] na mão esquerda após ser agredido por uma professora dentro de uma creche em Guarujá, no litoral de São Paulo. Por meio de nota, a prefeitura informou que a funcionária não integra mais o corpo docente da unidade de ensino.
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O caso aconteceu no Núcleo de Educação Infantil Conveniado (Neic) Espírita Cristã Maria de Nazaré. A diarista Janilma Ferreira da Silva, de 47 anos, é avó materna do menino e contou ao g1 que a família foi acionada para ir até a creche no último dia 28, pois o aluno estava reclamando de dor no braço.
"Tomei um susto quando eu vi [o menino] porque [ele] veio gritando. O meu filho, de 25 anos, falou que já pegou ele na porta da creche gritando. Ela [professora] ainda perguntou para o meu filho se ele tinha machucado em casa", disse a avó, que levou o neto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Enseada.
De acordo com Janilma, o menino foi medicado e liberado, mas continuou com fortes dores durante a noite. Por este motivo, a avó levou o neto à UPA da Rodoviária, onde o médico fez um exame de raio-x e constatou uma luxação na mão esquerda.
"Comecei a investigar porque eu vi que estava muito estranho e comecei a falar: '[Nome do neto], o que aconteceu na creche? Como você machucou o braço?'. Foi quando ele falou: 'Vovó, a tia machucou o meu braço", contou.
Agressão
Janilma e a filha foram conversar com a diretora da creche e mostrar o laudo médico na quinta-feira (29). De acordo com ela, a mulher disse que voltaria a entrar em contato com a família após analisar as imagens das câmeras de monitoramento, o que aconteceu na sexta-feira (30).
Conforme a avó viu nas imagens e relatou ao g1, a professora estava organizando as crianças para devolvê-las aos pais, quando pegou um livro do colo do menino, que estava sentado no canto da sala. "[Ele] fez uma birrinha de criança de três anos, pegou um brinquedo e jogou no chão", explicou.
Ainda de acordo com Janilma, a professora virou de frente para o aluno e fez um movimento brusco para pegá-lo pelo braço. "Ela ficou segundos com ele pendurado, vendo outra criança. Ela pegou o [menino] e saiu arrastando ele até o meio da sala, agora segurando na mão. Ali, ele já estava gritando, já sentiu dor ali. Ela ainda colocou ele no cantinho do pensamento, de castigo", contou a avó.
A diarista acrescentou que ficou em estado de choque ao ver as imagens: "É uma cena lamentável [...] Eu me senti impotente. No momento que ele mais precisou, eu não estava lá. Eu não paro de chorar desde o dia que eu vi [o vídeo], é uma criança de três anos. A professora é forte, é até alta. Imagina a força de um adulto no bracinho de uma criança de três anos", lamentou ela.
Menino de três anos ficou ferido após ter a mão puxada pela professora da creche, em Guarujá (SP)
Arquivo pessoal e Prefeitura de Guarujá/Divulgação
Denúncia registrada
A avó afirmou que a creche está dando assistência psicológica para o aluno e para a família. Ela disse que foi a própria unidade de ensino que procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência, mas o delegado só aceitou a denúncia feita pela mãe do menino na segunda-feira (2).
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado na Delegacia de Guarujá. De acordo com a pasta, foram expedidas guias de exame de corpo de delito [conjunto de vestígios materiais que demonstram a materialidade de um crime].
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Confira abaixo o posicionamento da prefeitura na íntegra:
"A Prefeitura de Guarujá informa que a apuração do incidente está sendo conduzida de forma criteriosa pela Secretaria Municipal de Educação (Seduc) e seguindo todos os protocolos estabelecidos para garantir a transparência e a justa responsabilização dos envolvidos.
Já foram adotadas providências imediatas para proteger os direitos do aluno e garantir a segurança de todos os envolvidos. As imagens das câmeras de segurança da unidade foram analisadas e o caso foi registrado na delegacia sede de Guarujá, por orientação do Conselho Tutelar. A funcionária em questão não integra mais o corpo docente da unidade.
No que diz respeito à contratação de funcionários, a Seduc esclarece que tal responsabilidade cabe à entidade mantenedora da unidade, que é conveniada ao município.
Para evitar novos incidentes semelhantes, a Seduc está exigindo que a entidade mantenedora realize um processo de contratação mais criterioso, com foco em um treinamento contínuo e eficiente dos profissionais, além de exigir maior fiscalização sobre a checagem das imagens das câmeras de segurança, para garantir uma atuação preventiva e remediativa imediata sempre que necessário".
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